segunda-feira, 7 de maio de 2012

Reflexão sobre a Liga 2011/2012




Bicampeões. A quem viu a Supertaça Europeia, parecia destinado. A quem viu como descambou, parece milagre. A quem algures pelo meio viu uma ténue mudança, uma confirmação da sua fé. A quem viu a força da equipa nos jogos em que não podia mais falhar, um problema de atitude entretanto sanado. A todos nós, esta época deve deixar um sabor agri-doce. Um misto de frustração perante as expectativas iniciais, versus a sensação de omnipotência doméstica quando muitas vezes um barco que aparentava estar à deriva e sem rumo consegue por fim chegar a bom Porto...

As condicionantes foram muitas: Villas-Boas larga um barco porque lhe prometem um iate, desde que o consiga recuperar. Falcao deixa-nos orfãos de um verdadeiro 9 que sabe o que fazer na área. Vários jogadores disputam a Copa América e em virtude dos seus bons desempenhos chegam tarde para se integrarem na equipa. O assédio aos vencedores da Liga Europa por parte de equipas com muito mais capacidade financeira e de campeonatos mais credenciados mexe com o moral da equipa. A notável ausência de um treinador capaz de motivar um plantel pluri vencedor, e cujas credenciais estavam ainda por provar.

Mourinho ficou e conseguiu levar a bom porto um Porto vencedor na Taça UEFA, mas após a sua saída um ano depois o descalabro foi bem maior que este ano. Era expectável que a gestão de expectativas de um plantel tão assediado e vencedor fosse tarefa complicada. E foi... E será que esse trabalho já está terminado? Pois, receio que não...

Este foi um Porto de serviços mínimos. Conquistou aquilo que o adepto na realidade quer: o Campeonato Nacional. Mas tinha capacidade para muito mais... Ir mais longe na Champions, e mais ainda depois na Liga Europa, e na Taça de Portugal não cair perante uma Académica que já tinha vencido por 3-0, naquele foi dos jogos mais infames que a equipa fez e onde realmente bateu no fundo (a ida ao Gil Vicente esteve perto mas este jogo bateu fundo mesmo). Ficou com o Campeonato e a Taça da Liga para disputar. E a última nunca foi prioridade para ninguém... Ganha-se se, pronto, correr bem...

Fomos campeões, mas podia ter corrido bem mal. A Vítor Pereira tem de ser dado um obrigado pelo seu trabalho. Não deve ter sido fácil ser o mal-amado de todos (adeptos e mesmo jogadores, aparentemente, mesmo que só alguns). A Pinto da Costa um grande obrigado por ser perseverante e sábio na sua gestão do clube. Segurar este treinador, que começou mal, entrando nos jogos de palavras(?) Jesusianos, quase como o anão Zangado, que não parece ser consensual no plantel, e cuja falta de acção no banco foi uma marca sua ao longo da temporada, foi, incrivelmente, a melhor decisão que podia ter tomado. Vítor Pereira não parece ser um treinador de topo, mas conseguiu trazer o barco para terra quando o Capitão, qual Schettino, olhou mais para si, do que pelos tripulantes e saltou fora. E até tinha uma cadeira à sua medida... Se calhar sem os problemas de planeamento iniciais, os assédios constantes aos jogadores por parte de outros clubes, até poderia fazer melhor. Mas duvido.

Penso que nestes últimos tempos ninguém queria que Vítor Pereira saísse, como penso que ninguém quer que Vítor Pereira permaneça. Os conflitos irão ressurgir se ficar e será mais um ano de constante indecisão e sofrimento. É necessário alguém novo. Alguém que os jogadores respeitem e que tenha desde o início Pinto da Costa ao lado a mostrar que o que o treinador diz é o caminho a seguir. Alguém que comece antecipadamente a preparar a época, a identificar lacunas e preparar soluções. Alguém que deve entrar o mais rápido possível. Sem qualquer desrespeito para Vítor Pereira.

1 comentário:

  1. Caro Webmaster,

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