Tenha calma. Relaxe. Não esfregue os olhos. Não há nada de mal com eles. A partir deste momento, e enquanto estiver a ler este artigo, entrou numa nova dimensão.
A do jornalista mal intencionado.
Isto teria ainda mais impacto se pusesse a música do Twilight Zone, mas isso, sinceramente, dava muito trabalho.
O jornalista mal intencionado pegaria numa entrevista minha de uma hora, e usaria essas palavras como manchete. Porquê? Porque choca, chama a atenção e no caso de Vítor Baía, porque de tanta coisa que o homem tem para dizer, já sabemos o que eles realmente aproveitam.
Cortam grande parte, e depois limam, raspam, limam, tiram tiras, (…), e no fim, temos isto: frases descontextualizadas, que se ditas isoladamente, poderiam ser ofensivas para a entidade na qual o Vítor Baía desempenhou uma função cheia de brilho, e onde granjeou inúmeros admiradores, e que poderiam também sentir-se ofendidos. E ao que parece, ao ver vários posts por essa “blogosfera” fora, vários caíram na “armadilha”.
Eu sou suspeito. Sou um grande admirador de Vítor Baía. O meu post anterior denuncia-me. Mas não posso deixar de notar que há duas frases a que dou relevo, e não entendo tanto alarido à volta delas...
Vítor Baía disse que se jogasse no Sporting ou no Benfica, a sua carreira teria tido mais relevo.
Mentira? Não! Pura verdade... Basta ver que só falta sair nos jornais desportivos a dizer “Mantorras lava os dentes com Colgate e com isso contribui com 5 cêntimos para o programa de higiene dentária no Burkina Faso”. Primeiras páginas do género do Exterminador Implacável, só estão ao alcance desses génios.
Imaginem só o que não seria se o – ou um dos – jogador de futebol com mais títulos colectivos de Futebol no mundo fosse de um clube da capital de Portugal, habituados a pseudo-jornalistas cujo trabalho é praticamente serem agentes de imagem e vendedores de sonhos, como se palavras ocas elevassem a qualidade futebolística de qualquer um.
Portanto, ainda pensa que o Vítor Baía disse alguma coisa de errado aí?
Disse ainda que o Porto é um clube muito fechado. Disse alguma mentira? Não me parece. Somos um clube fechado. É um facto. Também é um facto de que se o somos é porque a História nos tem mostrado que dar pérolas a porcos é um desperdício. Talvez quando os tabuleiros estiverem equilibrados e também tivermos a nossa dose de agentes de imagem e vendedores de sonhos, possamos ser mais expansivos sem a cada palavra dita, nos cortarem grande parte, e depois limarem, rasparem, limarem, tirarem tiras, e adiante... Nessa altura, eu poderei exprimir-me abertamente:
ATÉ PARECE QUE VÍTOR BAÍA É UM TRAIDOR!
ATÉ PARECE QUE VÍTOR BAÍA É UM TRAIDOR!
ah carago! excelente crónica!!!
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